terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Programa para a Prevenção de Incursões em Pista no ATS: Conformidade com a OACI e Percepção da Linha de Frente Operacional


Segue o estudo realizado por este blogueiro no ano de 2014 (acessível no link abaixo).

https://www.dropbox.com/s/3y1v7ac1t3jxro4/Artigo%20Incurs%C3%A3o%20em%20Pista.pdf?dl=0 

Basicamente, o trabalho teve por objetivo analisar como a sistemática estabelecida pela ICA 63-21 influenciou o gerenciamento dos riscos associados às incursões em pista nos aeroportos brasileiros entre os anos de 2009 e 2013. Inicialmente, discorreu-se sobre o conceito e os fatores que contribuem para esse tipo de ocorrência. Em seguida, comparou-se os preceitos estabelecidos pela ICA 63-21 com os preconizados pela OACI, quando então foram identificadas diferenças relevantes no que tange ao levantamento e compartilhamento de informações de segurança. Por fim, as discrepâncias encontradas foram confrontadas com o posicionamento dos profissionais que participam diretamente das operações. A pesquisa concluiu que o modelo adotado pelo Brasil não proporcionou uma adequada gestão dos riscos associados às incursões em pista nos aeroportos brasileiros no período considerado, carecendo de ajustes para atender à elevada perspectiva de crescimento da aviação brasileira nos próximos anos.

A apresentação da pesquisa - acessível no link abaixo - foi muito bem recebida pelos membros do Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CNPAA), em sua LXIII Plenária, ocorrida nos dias 12 e 13 de maio de 2015, em Brasília-DF.

https://prezi.com/j7cgagzb9miq/programa-para-a-prevencao-de-incursoes-em-pista-no-ats-conformidade-com-a-oaci-e-percepcao-da-linha-de-frente-operacional/

Ao final, dentre vários comentários da plateia, o representante da GRU Airport - concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos - parabenizou o palestrante pela apresentação e reforçou a ideia de que a infraestrutura aeroportuária tem hoje a incursão em pista como o perigo de maior relevância: sua probabilidade de ocorrência é baixa; porém, sua severidade é alarmante, o que demonstra que as incursões em pista representam eventos de risco inaceitável para a aviação brasileira. Corroborando as conclusões do estudo, o especialista citou os obstáculos - como a distância entre as legislações do DECEA e da ANAC - que impedem as investigações dos casos de incursão em pista. Citou ocorrências de 2013 em que tiveram sérias dificuldades - junto ao DECEA - para identificar quais fatores contribuíram para os eventos. Citou casos de incursão em pista - ocorridos em SBGR - que chegaram ao conhecimento da infraestrutura aeroportuária seis meses após os incidentes, relatados em workshop da ANAC. Por fim, citou ainda que a GRU Airport teve acessos bloqueados aos dados de incursão em pista no tráfego aéreo e que seus elementos credenciados não conseguiram abrir essa “caixa-preta” para poder analisar e mitigar os fatores contribuintes.

http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/index.php/cnpaa/atas